Spread bancário – saiba o que é e como funciona

O spread bancário é um termo utilizado para determinar a relação dos juros pago pelo banco para aqueles que investem em algum título com eles e o valor cobrado do banco para realizar empréstimos e financiamentos.

Para conseguir compreender melhor e saber detalhes sobre o tema, criamos um conteúdo onde iremos apresentar todas as informações necessárias e como o spread pode impactar na sua vida.

VEJA TAMBÉM: Bancos Digitais com Taxa Zero: Conheça e economize dinheiro!

O que é o spread bancário?

O spread bancário é a diferença do valor que se recebe de juros do banco por realizar um investimento nele e os juros cobrados pelo banco em financiamentos e empréstimos.

Desta maneira, quanto maior for o spread de um banco, maior será o lucro da instituição nas negociações.

Na prática, isso significa que o cliente vai acabar pagando juros maiores caso faça um empréstimo ou um financiamento.

VEJA TAMBÉM: Empréstimo para negativado: melhores bancos para contratar

O que compõe o spread bancário?

Para poder desenvolver o valor do spread bancário existem alguns itens embutidos, veja.

Custo administrativo

As instituições financeiras precisam lidar com algumas despesas para manter o banco em funcionamento, como pagamento de funcionários, equipamentos, entre outros.

Assim, como em qualquer tipo de negociação, os ganhos que a empresa obtém precisam cobrir esses custos.

Inadimplência

De maneira geral, a inadimplência acaba influenciando diretamente nos juros de um empréstimo ou financiamento.

Isso acontece porque quando um cliente não paga, o banco sai no prejuízo e para conseguir equilibrar as contas novamente e pagar por esse custo a mais, o banco aumenta os juros para cobrir o que não foi pago.

Como o spread é calculado de acordo com toda a inadimplência do banco, até mesmo os bons pagadores acabam pagando juros mais altos.

Impostos Diretos

Assim como qualquer empresa no Brasil, os bancos também precisam pagar os impostos e eles são incluídos na taxa que é cobrada dos consumidores.

Encargos fiscais, compulsório e FGC

Como o banco é responsável por controlar entrada e saída de dinheiro da economia, o Banco Central retira parte dos depósitos que são captados por esses bancos.

O objetivo é controlar o quanto de moeda existe disponível e assim, controlar a economia.

Esse dinheiro vai para o FGC – Fundo Garantidor de Crédito, que protege o investidor em até R$ 250 mil caso o banco venha a falir.

Lucros

Por fim, não existiriam empresas vivas se elas não lucrassem de alguma maneira. E o lucro também faz parte da composição do Spread, que fica no banco e é transferido para os seus acionistas e donos.

Como calcular o spread bancário?

Anualmente o valor do spread bancário varia, mas fique tranquilo, pois seu cálculo é considerado simples. A fórmula então é a seguinte:

Taxa de empréstimo média – taxa de captação média

Nesse temos que o banco cobra uma taxa de 20% para realizar empréstimos no ano, mas oferece para você, por investir o dinheiro ali em 2% ao ano.

O que acontece agora é que o banco irá pegar esse dinheiro seu e irá emprestar para alguém e irá cobrar 20% de juros por isso.

Assim, o spread bancário é de 18%, pois 20% (juros do empréstimo) – 2% (quanto de juros do seu investimento) = 18%.

O que eleva o spread bancário?

Existem diversos aspectos que acabam impactando diretamente no spread bancário de uma instituição. Vaja alguns exemplos a seguir:

Inadimplência

Como mencionamos anteriormente, a inadimplência é uma das responsáveis pela composição do spread bancário, então, quanto maior for o seu percentual, maiores serão os juros do banco.

O Brasil em 2021, por exemplo, fechou o ano com 76,3% das famílias endividadas. Esse é um patamar recorde de inadimplentes no país.

Como o banco não pode correr o risco de não ser pago, ele inclui esse percentual no spread bancário.

O ponto negativo aqui é que os bons pagadores acabam se prejudicando também, pois, a taxa é para todos.

Concentração bancária

No Brasil, existem cinco bancos que são considerados os maiores e, por essa razão, grande parte dos financiamentos e empréstimos são realizados neles.

Diante disso, quanto maior a procura, maior a tendência de o preço subir, correto? A famosa lei da oferta e procura.

Esse é um ponto que acaba impactando o spread, pois, em regra, quanto mais pessoas buscam pro um produto, maior será o seu preço.

Por essa razão, recentemente, o governo decidiu baixar os juros dos bancos governamentais, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, para pressionar os outros bancos a fazerem o mesmo.

Inflação e Juros

A spread bancária acompanha a taxa de juros básica do Brasil, que é a Selic. Assim, quanto menor a taxa Selic, menos o banco irá pagar pelos investimentos e menor será o spread.

Entretanto, não adianta o seu dinheiro render um percentual de 7% anualmente see o valor do dinheiro daqui 1 ano, quando for retirará-lo for 14% maior do que quando você investiu.

Assim, o banco realiza esse ajuste e aumenta, naturalmente, o spread.

Perguntas frequentes

Como o spread bancário impacta nossas vidas?

Quanto menor é o spread bancário, melhor a qualidade de vida das pessoas, pois, é mais simples realizar a renegociação de dívidas em casos de inadimplência, por exemplo.

Assim, as pessoas vão se interessar em investir para obter maior retorno, gastar mais em compras e, claro, aumentar os seus empreendimentos.

Portanto, um spread bancário baixo ajuda a economia a se movimentar positivamente, pois as pessoas gastam mais e as empresas vendem mais, gerando novas vagas de emprego.

Por outro lado, quanto maior o spread bancário, menos as pessoas estarão dispostas a gastar dinheiro e empreender, pois o custo do crédito é alto.

Logo, quanto menos dinheiro houver em movimento na economia, maior será o desemprego e a estagnação econômica.