Exchange Traded Fund (ETF): como investir nos fundos de índice?
Você sabe o que é um ETF? Leia o artigo e conheça uma das categorias de fundos de investimento mais famosas do Brasil.
Artigo escrito por Marcos Moraes
em 23 de Agosto de 2024
Os ETFs, ou fundo de índice, estão entre os ativos mais populares do Brasil e do mundo, por conta de suas inúmeras vantagens.
Por isso, nós estamos vendo um crescimento exponencial do número de ETFs disponíveis no país e do volume negociado nesse produto.
Contudo, para podermos descobrir se vale a pena investir nesse ativo, precisamos conhecer melhor suas características. Então, vamos nessa?
O que é ETF?
ETF é uma sigla para Exchange Traded Fund (Fundo Negociado em Bolsa), também conhecido como fundo de índice.
Basicamente, são fundos de investimento que replicam o desempenho de um índice de referência.
Ou seja, como o objetivo é acompanhar, e não superar, determinado índice, esse fundo adota uma gestão passiva em sua estratégia.
Segundo dados da B3, já existem mais de meio milhão de pessoas que investem em ETFs no Brasil, um crescimento de 109% em 2021.
O primeiro ETF foi criado em 2004, mas o segundo e o terceiro só surgiram em 2008. Atualmente, nossa bolsa já conta com dezenas de ETFs, sendo a maioria de renda variável. Contudo, se considerarmos os BDRs de ETFs, a quantidade destes aumenta bastante.
O que são fundos de investimento?
Os fundos de investimentos são instrumentos financeiros que reúnem os recursos de vários investidores para serem aplicados em conjunto no mercado financeiro.
Esse ativo tem várias vantagens, como gestão profissional e diversificação de baixo custo, estratégias, classes e objetivos.
Dentre os objetivos que um fundo pode adotar, está acompanhar um benchmark, ou seja, um índice que serve como parâmetro de comparação.
Vale lembrar que existem os fundos abertos e fechados, e os ETFs fazem parte deste tipo. Logo, o investidor não pode resgatar seu investimento junto ao fundo, mas pode vender suas cotas para outros investidores na bolsa.
Como funcionam os ETFs?
Como foi dito, o objetivo de um ETF é replicar o desempenho de um índice de mercado. Por isso, os fundos devem obedecer à legislação da CVM de ter pelo menos 95% da sua carteira em ativos que integram os índices de referência.
E quais são os índices utilizados? Vários: Ibovespa, preço do ouro, bolsa chinesa, Bitcoin, empresas de tecnologia, companhias sustentáveis etc.
Nesse sentido, se o Ibovespa subir 10%, por exemplo, um ETF que replique seu desempenho deve subir os mesmos 10%.
Devido às suas características, os ETFs protegem o investidor de ter um desempenho abaixo do desempenho do mercado.
Isso porque, uma alternativa ao investimento via ETF é escolher ativos individuais que você acredita que performarão melhor que a média do mercado.
Contudo, na tentativa de superar o mercado, você pode acabar ficando abaixo dele, o que não aconteceria se você investisse diretamente no índice que representa a média do mercado.
Além disso, para quem não tem muito tempo de estudar para escolher as ações individualmente, a gestão passiva é a melhor solução.
Portanto, você consegue se expor às principais empresas do mercado (ou de um setor específico) através de um único produto.
Lembrando que ativos desse tipo, isto é, de renda variável, são recomendados apenas aos investidores arrojados.
Como o mercado oscila por diversos fatores imprevisíveis, perdas financeiras podem ocorrer.
Taxas cobradas
Como todo fundo de investimento, você deverá pagar algumas taxas nos ETFs, como taxa de performance e taxa de administração.
Em primeiro lugar, a taxa de administração é um valor a ser descontado diariamente do valor da cota e serve para remunerar a gestão e a administração do fundo.
Por outro lado, a taxa de performance é um valor pago semestralmente e somente quando o retorno do fundo ficar acima do índice de referência.
Entretanto, você precisa ficar atento, pois existem ETFs que investem em outros fundos, ou seja, você vai acabar pagando duas taxas de administração.
Como investir em ETFs?
Investir em um ETF é muito simples, pois o processo é exatamente igual ao de comprar uma ação, que também é simples.
Para isso, basta você digitar o código do ETF no home broker da sua corretora, escolher a quantidade e comprar.
A única diferença dos ETFs para as ações é que no ETF você não precisa colocar um F no final do código caso você compre menos de 100 cotas.
Contudo, mais importante do que o ato da compra é o estudo que nos leva a tomar uma decisão.
Nesse sentido, verifique as taxas cobradas pelo fundo, o histórico da gestão, a estratégia e os ativos do fundo. Dessa forma, você fará escolhas muito mais acertadas.
Lembrando que este conteúdo não constitui recomendação de compra e a decisão final de onde investir é inteiramente sua.
De todo modo, podemos conhecer os principais ETFs do mercado para podermos ter um norte de quais estão de acordo com nossas necessidades.
Do lado esquerdo, vemos o código do ETF e, do lado direito, qual é o seu índice de referência. Novamente, essas não são recomendações de compra nem representam a opinião da nossa equipe.
Vantagens e desvantagens dos ETFs
A maior vantagem desse produto financeiro é a diversificação de baixo custo. Nesse sentido, você pode comprar dezenas de ativos pagando uma baixíssima taxa de administração.
E a taxa de administração é baixa porque o gestor não tem tanto trabalho como um gestor de um fundo ativo, pois o papel dele é só acompanhar o índice.
Portanto, a segunda vantagem tem a ver com isso: por acompanhar o índice, nós não arriscaremos ficar abaixo da média do mercado.
A outra vantagem dos ETFs é a versatilidade e a facilidade. Ou seja, eu posso investir em vários índices diferentes de um modo muito rápido e simples.
Por outro lado, a maior desvantagem desse instrumento é o fato de que, querendo ou não, você vai acabar investindo indiretamente em ativos que você não investiria diretamente.
Por exemplo, ao investir nas 500 maiores empresas do Estados Unidos, você vai acabar comprando empresas que você gosta, mas também empresas que você não gosta.
Além disso, no Brasil, os ETFs têm dois problemas particulares: eles não distribuem os dividendos das empresas que os compõem e as opções ainda são muito reduzidas.
Enquanto nos Estados Unidos existem mais de 2.000 ETFs que podem distribuir dividendos ou não, no Brasil nós temos menos que 100 e que não distribuem dividendos.
Por fim, existe a questão tributária, que vamos conhecer com mais detalhes agora.
Imposto de Renda nos ETFs
No Brasil, não existe qualquer isenção de Imposto de Renda para os lucros com vendas de cotas de ETFs. Então, independente de quanto você ganhe, terá que pagar o tributo devido, caso venda suas cotas com lucro.
No caso dos ETFs de renda fixa, você pagará conforme o prazo médio dos títulos do fundo:
Até 180 dias: 25%;
De 181 dias até 720: 20%; e
Acima de 720 dias: 15%.
Nos ETFs de renda variável, você pagará 15%. Além disso, você será descontado na fonte em 0,005% sobre o valor do lucro.
Lembrando que essas alíquotas vão incidir apenas se você vender suas cotas com lucro e apenas sobre o ganho de capital, não sobre o valor total da venda.
Dúvidas frequentes sobre o assunto
O que significa ETF?
ETF é uma sigla para Exchange Traded Fund, ou seja, um fundo de investimento que é negociado em bolsa.
Como os ETFs são fundos fechados, você não pode resgatar seu investimento, mas você pode vender para outro investidor via bolsa de valores.
Qual o melhor ETF para investir?
Não existe um melhor ETF, pois cada um tem índices de referência diferentes.
Por exemplo, existem ETFs para quem quer se expor à bolsa brasileira e para quem quer se expor à bolsa americana. Mesmo que a economia dos EUA seja mais desenvolvida, não podemos dizer que este é melhor que aquele.
Isso porque, temos que analisar os objetivos e o perfil de cada investidor para que saibamos qual é o ativo mais adequado.
ETF para dividendos?
No Brasil, não. Portanto, os rendimentos distribuídos pelas empresas que fazem parte do fundo são reinvestidos no próprio fundo. Assim, o valor da cota é corrigido por esse novo valor que foi aplicado.
Quanto rende uma cota de IVVB11?
Não temos como saber, pois o IVVB11 é um ativo de renda variável, ou seja, seu retorno não segue nem um parâmetro de rentabilidade.
Contudo, podemos entender que o IVVB11 vai render o que as empresas que fazem parte do S&P 500 na média renderem.
Vale a pena investir em ETFs?
Os ETFs, ou fundos de índice, são instrumentos de investimento muito interessantes, pois acompanham determinado benchmark.
Por isso, esse ativo é recomendado principalmente para quem não quer correr o risco de performar abaixo do mercado.
Contudo, para aqueles que têm tempo, conhecimento e disposição suficientes para escolherem ativos individuais com o propósito de bater o mercado, então os ETFs não são ideias.
Nesse sentido, os ETFs valem a pena, sim, pois cumprem o seu propósito, mas é preciso primeiro verificar se eles estão de acordo com sua estratégia.
Contudo, como dissemos, isso não é recomendação de compra, apenas um conteúdo educativo. A decisão de onde investir é sua.
Escrito por Marcos Moraes
Especialista em Investimentos
Marcos Vitor é consultor financeiro, economista (UFC), analista CNPI (APIMEC), especialista em investimentos (ANBIMA) e acredita no poder da educação financeira para transformar vidas.
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