Pedidos de empréstimos crescem 34% nos últimos 12 meses

Longe de se recuperar das consequências econômicas em decorrência da pandemia, os brasileiros têm sofrido com a alta inflação que acaba diminuindo o poder de compra e obriga as pessoas a buscarem alternativas para suprir as necessidades financeiras.

As dívidas com cartões de crédito chegam a 86,6%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em dados divulgados recentemente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

E para tentar manter as contas em equilíbrio e sair das dívidas, muitos recorrem ao empréstimo, o que elevou em mais de 30% o número de pedidos nos últimos 12 meses. É o que aponta o Índice de Empréstimo FinanZero (IFE) de junho.

O estudo foi realizado com base nos 12,263 milhões de cadastros da base de usuários da instituição e que mostra uma alta de 34% nos pedidos de empréstimo pessoal no último ano.

Reflexo da alta inflação nos pedidos de empréstimos

Com a inflação em alta, o poder de compra diminui e itens básicos como alimentação, água, luz são os primeiros a sofrerem reajustes, entretanto o salário não acompanha. O resultado disso são pessoas cada vez mais endividadas.

No último relatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostra que a inflação do país registrou uma aceleração de 0,67% em junho, após ter registrado crescimento de 0,47% em maio.

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice atingiu 11,89%, de acordo com a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), número que continua bem acima da meta do Banco Central para a inflação neste ano, de 3,5%.

Neste contexto, não restam muitas opções para as famílias que recebem um pouco mais do que um salário mínimo e que sentem no dia a dia o dinheiro valendo cada vez menos, enquanto os valores dos produtos e serviços aumentando cada vez mais.

Quem são os brasileiros endividados? Veja o perfil de quem realiza o pedido de empréstimo

O perfil médio de quem faz pedido de empréstimo apresentou alterações, ainda de acordo com dados do IFE, a renda salarial das pessoas que pediram empréstimos em junho de 2022, foi equivalente a 2,8 salários mínimos, enquanto que no mesmo período do ano passado essa média era de 3 salários.

Para Cadu Guidi, sócio-diretor de marketing da FinanZero, os pedidos de crédito estão ligados com a alta da inflação e aumentos em produtos e serviços que afetam diversas áreas da vida dos brasileiros.

“O comprometimento da renda, em conjunto com o desemprego, má administração do dinheiro, solicitação de linhas de créditos com juros mais caros, como cheque especial e cartões de crédito, resultam no endividamento progressivo da população”, comenta.

Ainda segundo Guidi, essas condições contribuem para a demanda de buscas por empréstimos nas fintechs.

Outros dados chamam atenção: há uma queda de 4% na porcentagem de homens que recorrem ao empréstimo, assim como ocorreu uma diminuição do valor requisitado, uma vez que a média saiu da casa de R$: 7.129,00, para R$: 6.653,00 no mês anterior.

Dívidas e negócio próprio são os principais motivos de pedidos de crédito

Dados da Peic ainda apontam que em junho o endividamento chegou a 77,3%, em comparação com junho de 2021, mostrando um crescimento de 7,6 pontos percentuais.

Entre os dados apurados deste ano com relação ao anterior, os motivos para os pedidos de empréstimo permaneceram os mesmos dos últimos 12 meses:

• Quitação de dívidas, com 33%;
• Negócio próprio, 17%.

A novas contratações através de PJ, fez com que o número de MEIs subisse e atrelado ao crescimento do empreendedorismo pela falta de opção de trabalho no mercado, obrigou os trabalhadores a optarem por empreender de maneira autônoma.

Esses empreendedores, na verdade, não buscam empréstimo para abertura de negócios, muitas vezes acaba sendo a falta de oportunidade que os obriga a ser MEI para obter uma renda para manter os custos básicos da casa, não para melhorias em seu negócio.

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Ter controle de gastos e realizar um planejamento financeiro ajudará você a não entrar em dívidas e ter uma vida financeira saudável.

Existem cursos de educação financeira que podem contribuir para os primeiros passos para organização das contas e controle do dinheiro.

Porém, nem sempre há tempo para aguardar o processo e buscar um empréstimo para saldar uma dívida é um caminho necessário.

Por isso, avalie as condições do mercado e procure informações sobre taxas, juros e condições de pagamento que melhor se adequam ao seu bolso.

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