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Faça fortuna com ações – antes que seja tarde, de Décio Bazin [Resenha]

Décio Bazin é um dos maiores nomes da Bolsa de Valores brasileira. Quer conhecer seus ensinamentos? Então, leia a resenha do livro Faça fortuna com ações!

Artigo escrito por Marcos Moraes em 27 de Fevereiro de 2024

Para um futuro financeiro sólido, o ideal é que você faça fortuna com ações, pois elas nada mais são que partes de empresas, que, por sua vez, são a base da nossa economia.

Contudo, como podemos investir da melhor forma e com uma estratégia eficiente?

Em seu livro Faça Fortuna com Ações, Décio Bazin nos explica todo o racional do mercado financeiro e como cada participante se comporta.

Além disso, ele apresenta seu método de escolha de ações e o racional que o investidor deve ter para conquistar sucesso no longo prazo.

Por isso, conhecer essa obra mais a fundo será de grande benefício para qualquer investidor.

Então, vamos nessa?

Ficha técnica

  • Título: Faça Fortuna com Ações, Antes que seja Tarde
  • Autor: Décio Bazin
  • Editora: Editora CLA
  • Data da publicação: 1992
  • Número de páginas: 342

Sobre o autor

Faça Fortuna com Ações décio bazin
Décio Bazin, autor de Faça Fortuna com Ações

Décio Bazin nasceu em 1931 em São Paulo, vindo a falecer 72 anos depois.

Ademais, ele escrevia constantemente sobre economia nos jornais Gazeta Mercantil e O Estado de São Paulo e na revista Balanço Financeiro.

Além disso, se formou em contabilidade nos anos 50 e começou a trabalhar no mercado financeiro na década seguinte.

Com muito experiência adquirida, Décio Bazin decidiu escrever o livro Faça Fortuna com Ações, considerado por muitos o melhor livro brasileiro sobre investimentos.

Nessa obra, o autor fala de sua vivência e de sua estratégia.

Dito isso, vamos conhecer alguns de seus ensinamentos!

O racional das ações

Algumas pessoas decidem organizar uma companhia para explorar comercial e industrialmente uma ideia ou um ramo de atividades com o objetivo de lucrar.

Desse modo, o capital necessário para dar início às operações sociais é dividido em ações e cada investidor decide que quantia arriscar no negócio.

A quantidade que cada sócio comprar determinará seu percentual de participação e o nível da sua ingerência nos negócios.

Nesse sentido, uma ação é a menor parte do capital de uma empresa.

Suponhamos que, após começar a funcionar, a organização seja aceita pelo mercado, onde veio a preencher uma necessidade dos consumidores.

Caso os sócios desejem expandir o negócio, precisarão de mais capital.

Então, os sócios atuais podem aportar mais capital. Mas, chegará um momento em que a capacidade de aporte se esgotará.

Nesse caso, pela primeira vez, eles decidem admitir na sociedade pessoas de fora.

Dessa forma, as ações da empresa são oferecidas ao público, ficando assim prontas para negociação na Bolsa de Valores.

Qualquer pessoa, por menor que seja seu capital, desde que suficiente para comprar uma só ação, pode tornar-se acionista da empresa com ações na Bolsa.

Como acionista, participará dos seus lucros. Inclusive, a parte do lucro das empresas que é distribuída aos acionistas é chamada de dividendos.

Nesse ponto, é importante entendermos que existem dois tipos de ações.

Dois tipos de ações

As ações da Bolsa – do ponto de vista de quem pretende fazer investimento, não especular – podem ser divididas em dois grupos.

O primeiro grupo são daquelas ações que têm utilidade prática, por produzirem dinheiro.

Por outro lado, o segundo são aquelas que são guardadas no cofre, como reserva de valor, para que atinjam um preço ainda mais alto, a fim de que possam ser vendidas mais tarde por uma fortuna.

No primeiro caso, o valor é objetivo; no segundo, subjetivo, sem quantificação matemática possível.

Por que investir em ações?

De acordo com o autor, o único de motivo de investir em ações é para receber os dividendos.

Investir em uma ação que não gera dividendos equivale a comprar uma pintura, pregá-la na parede e esperar que se valorize ou que apareça alguém que se interessa por comprá-la a preço maior.

Nos Estados Unidos, baluarte do capitalismo, milhões de investidores compram ações como um modo simples de aumentar a orçamento familiar com a aplicação de pequenos capitais ao longo do tempo.

São pessoas que não especulam, apenas exercem o legítimo direito de aspirar a viver do rendimentos das ações.

Com o passar do tempo, esses investidores poderão viver exclusivamente da remuneração que suas empresas pagam.

Quando essa época chegar, você na verdade já se tornou profissional de dividendos, como muitos que existem sem nunca aparecer.

Entretanto, pode-se atingir esse ponto de dois modos:

  • Você tem dinheiro e aplica de uma só vez; ou
  • Você não tem dinheiro, mas pode começar investindo pequenas quantias que são sobras de economias não gastas no consumo.

Nesse sentido, o autor fala que você pode comer um ovo por dia, mas não pode cometer a imprudência de matar a galinha para comê-la.

Isso significa que o ideal é acumular ações que pagam dividendos, pois essa é a melhor forma de gerar renda. Se você vender suas ações, você estancará a fonte de renda.

Ele conclui sua argumentação citando um ditado famoso no século XIX nos Estado Unidos:

“Um homem pode ter muitas qualidades morais, cívicas ou intelectuais, mas o que o tornará para sempre lembrado serão os dividendos que legar aos seus descendentes.”

Como sua estratégia era focada no recebimento de renda, ele precificava uma ação baseado nesse fator.

Preço justo da ação

Quanto vale uma ação?

Essa pergunta tem desafiado investidores e analistas de todas as épocas e lugares, convencidos de que a reposta abriria o caminho para bons negócios no mercado acionário.

Sendo assim, existem muitas fórmulas destinadas a determinar o valor de uma ação.

As mais conhecidas procuram relacionar a cotação do papel ao valor patrimonial, ao lucro da empresa ou ainda à projeção dos lucros.

A escolha muitas vezes é questão pessoal e há até quem prefira fazer avaliações puramente subjetivas.

Mas, para Décio Bazin, uma coisa é certa: cada papel tem seu preço justo.

E o melhor parâmetro desse valor está no retorno financeiro da ação, em forma de dividendos.

Em seu valuation (avaliação de empresas), o autor leva em consideração a taxa básica de juros dos títulos de renda fixa, pois essa taxa será o valor mínimo a aceitar de remuneração das ações.

A remuneração das ações chama-se dividendos, que não poderão ser menores do que a taxa de juros da renda fixa.

Na época em que o livro foi escrito, a taxa básica de juros era 6%. Então, vamos usar esse valor para fins didáticos.

Fórmula de Décio Bazin

Se aplicarmos 100,00 reais em um título de renda fixa, receberemos 6,00 reais de juros. Logo, o capital é igual a 16,67 vezes o seu rendimento:

100/6 = 16,67

Por essa lógica, o preço da ação deverá ser no máximo 16,67 vezes maior que os dividendos, que constituem sua remuneração.

Todo aquele que compra ação para ser remunerado pelos dividendos não deverá pagar mais do que 16,67 vezes o valor dos dividendos.

Acima dessa proporção, obterá resultado financeiro melhor se aplicar em títulos de renda fixa.

Se formos generalizar a fórmula, podemos reescrevê-la assim:

100/i = preço máximo a pagar

Em que,

  • i = taxa básica de juros dos títulos de renda fixa; e
  • preço máximo a pagar = o múltiplo máximo que você aceita pagar por uma ação.

Filosofia de Décio Bazin

Como você pode perceber, a estratégia do autor do livro Faça Fortuna com Ações é voltada para o investimento em empresas que sejam boas pagadoras de dividendos.

Ele tinha a meta de comprar constantemente ações de empresas sólidas até alcançar o objetivo final, e ficar longe do agitado mundo da Bolsa.

Desse modo, ele chegou a acumular um valor recebido de renda passiva que era superior à remuneração de um presidente de uma grande empresa.

Contudo, para colocar sua estratégia em prática, ele levava em consideração três critérios antes de escolher uma ação:

  • Empresas pouco endividadas;
  • Ausência de notícias negativas; e
  • Dividend Yield (rendimento do dividendo) pelo menos igual ao rendimento da renda fixa.

Então, ele acredita que pode fazer um filtro e escolher as empresas mais sólidas para comporem sua carteira de investimentos.

Você também pode conferir outros critérios ao escolher empresas de dividendos. Saiba mais!

Faça fortuna com ações

O livro Faça Fortuna com Ações é recheado de histórias e experiências que Décio Bazin vivenciou durante sua carreira como investidor.

Apesar de conter alguns pontos que não existem mais, como pregões presenciais, ou que sejam muito raros, como os manipuladores de mercado, o livro como um todo é muito proveitoso.

Então, é recomendável que você leia a obra original para aprender com um dos principais nomes da história da Bolsa brasileira.

Avaliação: Faça Fortuna com Ações vale a pena?

Para quem quer conhecer mais sobre a história da bolsa brasileira e uma filosofia de investimentos conservadora, esse livro vale muito a pena.

Apesar de haver algumas coisas desatualizadas, essa obra ainda se mostra bastante útil para o investidor, principalmente para aqueles que investem para o longo prazo.

Segundo a avaliação dos leitores: 4.6 estrelas.

Portanto, nós recomendamos a leitura dessa obra para todo aquele que quer se aprofundar no conhecimento sobre o mercado financeiro.

Nesse sentido, você pode comprar o livro no link a seguir:

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Sobre a editora

A Editora CLA foi fundada em 1988, tendo como principais áreas de atuação a parte de comunicação empresarial e edição de livros.

No que diz respeito às edições de livros, ela publica obras com a temática profissional e sobre desenvolvimento pessoal.

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Escrito por Marcos Moraes Especialista em Investimentos

Marcos Vitor é consultor financeiro, economista (UFC), analista CNPI (APIMEC), especialista em investimentos (ANBIMA) e acredita no poder da educação financeira para transformar vidas.

  • Consultor financeiro
  • Economista (UFC)
  • Analista CNPI (n° 3772)
  • Especialista em Investimentos Anbima (CEA)
  • Criptomoedas (NovaDAX)

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