Fundos de Investimento: Como Investir [Guia Completo]
Os fundos de investimentos estão entre os produtos financeiros mais tradicionais do Brasil. Leia o artigo e aprenda tudo sobre o tema!
Artigo escrito por Marcos Moraes em 24 de Março de 2023
O que é fundo de investimento?
Participantes dos fundos de investimento
Além do próprio investidor, existem outros participantes nos fundos de investimento e são eles que vamos conhecer agora.
Os fundos de investimento têm uma estrutura que não é pequena e que é responsável desde a administração até a parte contábil do fundo.
Administrador
É o responsável legal pelo fundo e responsável pelas informações aos cotistas e aos órgãos de regulação e autorregulação.
A ele compete:
- Registrar o fundo na CVM;
- Elaborar o regulamento, a lâmina e o formulário de informações complementares;
- Contratar os demais prestadores de serviços; e
- Recolher o Imposto de Renda.
Gestor
É o responsável pela gestão dos recursos aplicados.
O gestor pode ser a mesma instituição financeira responsável pela administração, desde que mantenha uma diretoria constituída especificamente para essa finalidade.
Distribuidor
É quem vende as cotas aos investidores.
Pode ser o próprio administrador ou um terceiro contratado para esse fim.
Custodiante
É quem realiza a liquidação física e financeira dos ativos, sua guarda e sua administração de proventos decorrentes desses ativos.
Pode ser o próprio administrador (se for credenciado pela CVM) ou outra instituição.
Auditor Independente
Ele audita, anualmente, as demonstrações contábeis do fundo para que este fique em dia diante dos órgãos reguladores.
Naturalmente, para manter toda a estrutura e todos esses profissionais, o investidor tem que pagar algumas taxas.
Taxas cobradas
Os custos que os cotistas têm que pagar são três:
Taxa de administração
É uma taxa fixa, expressa em % ao ano, calculada sobre o patrimônio líquido do fundo e provisionada diariamente no valor da cota.
Isto é, o valor da cota divulgada diariamente já é líquido de taxa de administração. Por isso, essa taxa afeta o valor da cota.
Além disso, ela é cobrada enquanto o cotista fizer parte do fundo, independente da rentabilidade.
Essa taxa remunera:
- A gestão da carteira;
- A consultoria de investimentos;
- As atividades de tesouraria;
- A distribuição de cotas; e
- A escrituração da emissão e resgate de cotas.
Taxa de performance
O regulamento do fundo pode determinar que, além da taxa de administração, o fundo cobre uma taxa de performance, sempre que a rentabilidade supera um determinado benchmark (índice de referência).
Normalmente, é expressa em percentual sobre o que exceder o benchmark.
Contudo, a CVM estabelece algumas regras sobre essa taxa:
- O parâmetro de referência deve ser compatível com a política de investimento do fundo, ou seja, não é possível utilizar o Ibovespa como benchmark de um fundo de renda fixa;
- O percentual mínimo de 100% do parâmetro de referência; então, não pode cobrar performance sobre o que exceder, por exemplo, 99% do benchmark;
- O período para efeito de cobrança é, no mínimo, semestral;
- A cobrança é feita após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração; e
- Não pode ser cobrada quando o valor da cota do fundo for inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada.
Ademais, essa taxa não pode ser cobrada nos seguintes fundos: de renda fixa com carteira até 365 dias de prazo médio e renda fixa simples.
Outras despesas
Outras despesas podem ser deduzidas do patrimônio do fundo, por exemplo:
- Registro de documentos em cartório, impressão, expedição e publicação de relatórios;
- Correspondência do interesse do fundo, inclusive comunicação aos cotistas;
- Honorários e despesas do auditor independente;
- Emolumentos e comissões pagas por operação do fundo; e
- Custódia e liquidação das operações.
Entendido os participantes e as taxas dos fundos de investimento, vamos discutir alguns outros conceitos importantes.
Conceitos importantes
Patrimônio Líquido
Se dividirmos o valor do Patrimônio Líquido pelo Número de Cotas, encontraremos o valor da cota.
Fundos abertos e fechados
Nos fundos abertos, a cota não pode ser transferida, mas pode ser resgatada a qualquer momento.
Por outro lado, nos fundos fechados, você compra (vende) a cota de (para) outros investidores no mercado secundário, como os ETFs e os Fundos Imobiliários.
Classificação dos fundos de investimento
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, os fundos são divididos em quatro classes: renda fixa, cambial, multimercado e ações.
Fundos de Renda Fixa
Esses fundos precisam ter pelo menos 80% do seu patrimônio líquido em ativos relacionados à variação da taxa de juros e/ou índice de preços.
Dentre esses fundos, somente nos Fundos de Longo Prazo pode haver cobrança da taxa de performance.
Entretanto, dentro da classificação de Renda Fixa, existem outras classificações mais específicas.
Nesse sentido, o fundo de renda fixa pode ser:
- Curto Prazo: prazo médio dos títulos da carteira inferior a 60 dias;
- Referenciado: busca obter um retorno igual a um índice de referência;
- Simples: objetiva investir em títulos com baixo risco de crédito;
- Externa: investe em títulos da dívida externa brasileira; e
- Crédito Privado: expõe mais da metade do seu patrimônio em títulos privados.
Fundo Cambial
Deve ter, no mínimo, 80% do patrimônio líquido em ativos atrelados à variação cambial.
Então, o principal fator de risco de sua carteira é a variação de preços de moedas estrangeiras.
Fundo Multimercado
O Fundo Multimercado pode investir em títulos de renda fixa, câmbio, ações, entre outros.
Esse fundo é chamado de multimercado, pois não têm uma regra de mínimo do patrimônio que deve ser investido em alguma classe específica de ativos.
Fundo de Ações
Esse fundo deve aplicar no mínimo 67% do seu patrimônio em:
- Ações;
- Bônus ou recibos de subscrição;
- Cotas de fundos de ações; e
- BDRs (recibos de ações estrangeiras).
Além disso, os outros 33% poderão ser aplicados em quaisquer outras modalidades de investimentos.
VEJA TAMBÉM: Fundo de ações: Conceito, tipos de gestão e como investir || O Que é Fundo Cambial e como funciona
Outros fundos de investimento
Essa classificação da CVM é a oficial, mas existem fundos que não se encaixam em nenhuma dessas categorias e são eles que vamos conhecer agora.
Fundos imobiliários (FIIs)
Os Fundos Imobiliários são uma classe de fundo de investimento em que os investidores aplicam seu capital em conjunto no mercado imobiliário.
Tradicionalmente, o dinheiro é usado na construção ou na aquisição de imóveis que depois serão locados.
Diferente de todos os outros fundos, os ganhos obtidos com as operações de um FII são divididos entre os participantes, na proporção em que cada um aplicou.
Portanto, para quem deseja construir uma carteira de investimentos que gere renda passiva, esse é um dos principais ativos utilizados.
FIAGROs
Fiagro, ou fundo de investimento agrícola, é um fundo muito parecido com os imobiliários, mas a diferença é que o dinheiro é investido no agronegócio.
Portanto, você também receberá rendimentos das operações dos fundos e também estará sujeito à mesma tributação.
Contudo, o agronegócio brasileiro é um dos mais importantes do mundo, muito maior que o setor nacional de construção civil, o que representa uma grande oportunidade para os investidores.
Fundos de índice (ETFs)
Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimento que buscam acompanhar o desempenho de um índice de referência.
Por exemplo, o BOVA11 é um ETF que replica o desempenho do índice Ibovespa.
Nesse sentido, a maior vantagem desse tipo de ativo são os baixos custos e a garantia de que o investidor não terá um retorno abaixo do mercado.
Além disso, tanto os FIIs quanto os ETFs são fundos fechados negociados na Bolsa de Valores.
Fundos de Fundos (FoFs)
Os FOFs (Fundos de outros Fundos) ou FICs (Fundos de Cotas) são aqueles que investem pelo menos 95% do seu patrimônio em cotas de outros fundos de uma mesma classe (com exceção dos Multimercado).
Por isso, são uma ótima opção para aquele investidor que deseja uma diversificação maior investindo em um só fundo ou para aqueles que desejam ter acesso a fundos que a Pessoa Física não tem.
Contudo, é importante lembrar que você pagará as taxas do fundo que você investe e dos fundos que ele investe.
Vantagens e desvantagens dos fundos de investimento
Como todo produto de investimento, os fundos têm vantagens e desvantagens.
Dentre as vantagens, podemos citar a diversificação de baixo custo. Isto é, você terá acesso a muitos ativos pagando bem menos do que se você fosse comprar cada ativo individualmente.
Além disso, existe a gestão profissional. À frente de cada fundo, existem profissionais muito competentes que fazem a gestão do dinheiro dos cotistas.
Ademais, nós temos acesso a diferentes ativos que não teríamos se fôssemos investir normalmente, como Pessoa Física.
Por fim, há grande variedade de fundos, que se adequam aos mais diferentes perfis, objetivos e estratégias.
Em contrapartida, como primeira desvantagem, existe o fato que você não perder a autonomia sobre as decisões de investimento, ficando tudo a cargo do gestor.
A isso, acresce-se o fato que você pagará taxas nesse produto, um custo inexistente para quem investe por conta própria.
Todavia, apesar das taxas, existem fundos que cobram uma taxa baixíssima ou em que a rentabilidade compensa bastante os custos.
Como investir em fundos de investimento
O processo de se investir em fundos de investimento é bastante simples, mas pode variar de acordo com o tipo do fundo.
Como foi dito, os fundos abertos são aqueles em que a cota não pode ser transferida. Nesse caso, você terá acesso a esses fundos através da plataforma da corretora.
No caso da corretora Toro Investimentos, você fará o seguinte processo:
- Faça login na sua conta da corretora;
- Clique na aba “Mais Investimentos” na parte superior;
- Selecione a opção “Fundos de Investimento”; e
- Escolha o fundo da sua preferência.
Nessa aba de fundos, você poderá aplicar vários filtros para que apareçam somente os fundos mais adequados para você.
Naturalmente, existem corretoras que te oferecem uma variedade maior de fundos do que outras.
A seguir tem uma lista com as melhores corretoras para se investir nesse produto:
Nesse processo, é importante que você verifique se o fundo é adequado ao seu perfil, aos seus objetivos e a sua estratégia.
Além disso, você precisa verificar a qualidade da gestão, os custos do fundo e sua política de investimento.
Contudo, é preciso salientar que, dentre essas instituições, a Toro Investimentos oferece vantagens diferenciadas, como cashback da taxa de administração de fundos.
Calculadora de Investimentos Online
Imposto de Renda em fundos de investimento
Fundos de Investimento de Renda Fixa
Tempo como cotista | Alíquota |
Fundos de Longo Prazo | |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
“Come-cotas” | 15% |
Fundos de Curto Prazo | |
Até 180 dias | 22,5% |
Acima de 180 dias | 20% |
“Come-cotas” | 20% |
Fundos Cambiais e Multimercado
Fundos de Investimento de Ações
Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e Agrícola (FIAGRO)
Fundos de índice (ETFs)
Dúvidas frequentes sobre o assunto
O que é movimentação mínima de fundo de investimento
Movimentação mínima é o menor valor que você pode movimentar mensalmente naquele fundo, seja para fazer novas aplicações ou resgates.
IOF fundos de investimento
O Imposto sobre Operações Financeiras é cobrado nos seguintes fundos: renda fixa, cambial e multimercado.
Esse imposto é cobrado até 30 dias depois do investimento inicial. Contudo, nos fundos com carência, você estará sujeito à cobrança de IOF durante todo o período de carência.
Qual é o melhor fundo de investimento?
Mesmo dentre aqueles fundos que tiveram ótimos retornos passados, não podemos falar de um melhor fundo de investimento.
Isso porque precisamos primeiro verificar se o fundo em questão está de acordo com nosso perfil, objetivos e estratégias.
Além disso, o retorno passado de um fundo não é garantia de retorno futuro.
Por isso, escolha um fundo que tenha um gestor competente e que tenha a estratégia parecida com a sua.
Vale a pena investir em fundos de investimento?
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Escrito por Marcos Moraes Especialista em Investimentos
Marcos Vitor é consultor financeiro, economista (UFC), analista CNPI (APIMEC), especialista em investimentos (ANBIMA) e acredita no poder da educação financeira para transformar vidas.
- Consultor financeiro
- Economista (UFC)
- Analista CNPI (n° 3772)
- Especialista em Investimentos Anbima (CEA)
- Criptomoedas (NovaDAX)