Quem já estudou sobre fundos de investimento sabe a importância de analisar o índice Sharpe, principalmente para fazer uma comparação entre dois produtos.
Isso porque, esse indicador leva em consideração o retorno de determinado fundo em relação ao risco que ele corre.
Neste artigo, entenderemos o que é índice Sharpe, como utilizar e qual é a sua fórmula. Então, vamos nessa?
O índice Sharpe é uma métrica que avalia a relação entre o risco e o retorno de um fundo de investimento.
Ele indica se a rentabilidade oferecida pelo fundo é proporcional ao risco assumido pelo investidor. Quanto maior o índice Sharpe, melhor é o desempenho ajustado ao risco do investimento.
Esse indicador é especialmente útil para comparar fundos com características semelhantes, ajudando o investidor a identificar qual oferece o melhor equilíbrio entre retorno e volatilidade.
Entender e aplicar o índice Sharpe é essencial para tomar decisões mais informadas e otimizar o desempenho da carteira de investimentos.
A fórmula do índice Sharpe é:
IS = (Rc – Rf)/Op
Onde,
Rc = Retorno da carteira ou do ativo;
Rf = Retorno do ativo livre de risco (consideramos a taxa Selic); e
Op = Desvio padrão da carteira ou do ativo.
Portanto, quanto maior o índice de Sharpe, melhor.
Um índice Sharpe elevado indica que o investimento está gerando retornos proporcionalmente altos em relação ao risco assumido. Em outras palavras, ele mostra que o fundo ou ativo está entregando uma boa recompensa por cada unidade de risco.
Nesse sentido, esse indicador é diretamente proporcional ao retorno do fundo e inversamente proporcional à taxa livre de risco e ao desvio padrão da carteira.
Interpretação prática:
Embora um índice Sharpe alto seja desejável, ele não deve ser analisado isoladamente. É importante considerar outros fatores, como consistência do retorno, liquidez e alinhamento com seus objetivos financeiros.
Um índice Sharpe negativo significa que o investimento está gerando retornos inferiores ao retorno livre de risco, como o retorno de uma aplicação segura (por exemplo, a taxa Selic ou Tesouro Direto), levando em consideração o risco envolvido.
Ou seja, o fundo ou ativo não está proporcionando um retorno satisfatório para compensar a volatilidade ou as perdas potenciais, o que sugere que a estratégia de investimento pode ser ineficaz ou que o risco não está sendo bem gerido.
Para que o índice Sharpe tenha confiabilidade, é necessário que os dados tenham sido apurados de acordo com critérios corretos.
Em primeiro lugar, é preciso que o cálculo tenha considerado um período mínimo de retornos excedentes. Quanto maior o período, mais confiável o índice.
Além disso, o benchmark (índice de referência) escolhido deve ter relação com o segmento a que pertence o fundo.
O índice Sharpe é bastante útil somente para analisar fundos cujo objetivo seja ultrapassar o benchmark, isto é, fundos de gestão ativa.
Para utilizar na comparar fundos, é preciso que o índice Sharpe ambos os fundos tenham sido calculados segundo os mesmos critérios: mesmo período, número de dados e critérios.
Ademais, é fundamental que o investidor entenda cada elemento do cálculo, ou seja, entenda que o denominador fala do risco, por exemplo.
É possível também saber o percentual do indexador que o investidor poderia ter perdido no período do estudo.
Basta dividir o desvio padrão (Op) pela variação do indexador na periodicidade adotada.
Por exemplo, num cálculo diário em que o desvio padrão é 0,0083%, sendo o CDI diário de 0,0680% e o período de estudo 3 meses, o resultado é 0,12.
Isso significa que, na média, no período de três meses, o investidor correu o risco de perder 12% da taxa CDI.
Além da possibilidade de decisão pela comparação simples do índice Sharpe de dois fundos, o investidor poderá tirar outras conclusões.
Portanto, apesar de os dados serem coletados em um momento no passado, ele é um bom indicador da volatilidade futura, medida pelo desvio padrão.
Quando a volatilidade é zero, o fundo não corre risco. Quando não é expressiva, o fundo, provavelmente, correu um baixo risco.
De todo modo, também é preciso analisar outros fatores do fundo, como taxas, histórico do gestor, objetivos, política e portfólio.
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