[Resenha] O Investidor de Bom Senso: como ter um bom desempenho no mercado de ações
Você quer descobrir qual é a estratégia mais consistente do mercado? Leia o artigo e descubra como ser um investidor de bom senso!
Artigo escrito por Marcos Moraes em 08 de Julho de 2024
No mercado financeiro, existem diversas estratégias que são adotadas pelos mais diferentes tipos de investidores. No livro O Investidor de Bom Senso, você vai aprender, em especial, como ter retornos consistentes no mercado!
O objetivo das estratégias adotadas por investidores é um só: alcançar um bom desempenho para que seja possível atingir as metas financeiras de cada um.
Para isso, criaram-se vários métodos. Mas, será que todos entregam um retorno satisfatório? A resposta é não! Pensando nisso, John Bogle escreveu o livro O Investidor de Bom Senso.
O propósito desta obra é apresentar uma filosofia de investimento que seja eficiente e simples e desmistificar alguns mitos do mercado.
Através de dados e estatísticas, ele nos mostra qual é o melhor instrumento para construirmos um patrimônio sólido. Então, quer aprender como investir dinheiro de maneira eficaz? Leia essa resenha!
Ficha técnica
- Título: O investidor de bom senso
- Autor: John C. Bogle
- Editora: Editora Sextante
- Data da publicação: 2007
- Número de páginas: 240
Sobre o autor
John Bogle nasceu em Nova Jersey, Estados Unidos, em 8 de maio de 1929.
Mesmo com problemas familiares, ele teve um ótimo desempenho acadêmico, o que lhe rendeu uma vaga na Universidade de Princenton.
Lá, ele se aprofundou em economia e investimentos, se destacando e conseguindo uma vaga de trabalho no mercado financeiro.
Depois de muitos anos de experiência, em 1974, ele fundou um Vanguard Group, uma das maiores empresas de investimentos do mundo.
No ano seguinte, ele criou o primeiro fundo de índice do mundo, o First Index Investment Trust.
Seu objetivo era criar um produto que entregasse um bom desempenho com um custo baixo.
Sua carreira de investidor foi tão bem-sucedida que a revista Fortune o considerou um dos “quatro gigantes dos investimentos”, ao lado de George Soros, Warren Buffett e Peter Lynch.
Além disso, entrou na lista da Times como uma das pessoas mais influentes do mundo.
Sua carreira se encerrou em janeiro de 2019, com seu falecimento, mas seu legado e seus ensinamentos perduram até hoje.
A melhor estratégia
Em seu livro O Investidor de Bom Senso, John Bogle começa analisando o retorno das ações durante todo o século XX.
Ele mostra que cerca de 95% do retorno das ações se explica pelo crescimento da empresa e pela distribuição dos dividendos.
Warren Buffett disse uma vez que “o máximo que os proprietários como um todo conseguem ganhar entre agora e o Juízo Final é o que suas empresas como um todo ganham.”
Claro, esse padrão só se observa no longo prazo, pois, em um curto espaço de tempo, fatores externos e especulativos distorcem o preço dos ativos.
O autor afirma que o mercado de ações é uma grande distração para o negócio dos investimentos.
Nesse sentido, os retornos obtidos pelas empresas de capital aberto que compõe o mercado de ações precisam necessariamente equivaler aos retornos brutos agregados obtidos por todos os investidores naquele mercado como um grupo.
Com isso, podemos entender que a única forma de ganhar dinheiro no longo prazo é investindo em empresas que crescerão com o tempo.
Mas, e se escolhermos empresas que crescerão mais lentamente que a média do mercado? Nesse caso, teremos um desempenho abaixo da média.
A melhor solução, então, é adquirir todas as empresas do mercado e, assim, obter todo o retorno dele.
Se você fosse fazer isso comprando cada ação individualmente, gastaria muito tempo e dinheiro.
Por isso, foram criados os fundos de índice, que são fundos de investimento que buscam replicar o desempenho de algum índice de referência.
Como a gestão desses fundos é passiva, sem muita movimentação nos ativos, o trabalho do gestor será menor, então o custo do fundo também será menor.
Você quer superar o mercado?
Obviamente, nem todos os investidores conseguem ter um desempenho acima do desempenho médio do mercado.
Isso acontece porque os investidores como um grupo representam exatamente o retorno do mercado. Mas, e, individualmente, é possível superar o mercado?
Para isso, seria preciso muitas horas de estudo e acompanhamento do mercado para que seja possível identificar aquelas ações com maior perspectiva de crescimento.
Mesmo assim, as suas expectativas podem não se concretizar.
De qualquer forma, mesmo que você consiga selecionar as melhores ações, ainda não há garantia de que você o fará novamente nos próximos anos.
Isso significa que você pode ter um retorno bom em um ano e ruim em outro.
Contudo, ainda não consideramos os custos. Movimentar a carteira com frequência incorre em taxas e impostos. Essas taxas e impostos diminuem a sua rentabilidade total.
Diante do que foi dito, podemos concluir duas coisas: ter um retorno acima do mercado consistentemente é improvável (e demanda muito tempo) e os custos de se tentar isso são bem representativos.
Nessa tentativa de superar o mercado, você pode acabar por sendo superado por ele.
O investidor de bom senso entende que essa tarefa de selecionar as melhores ações é como procurar uma agulha no palheiro.
Portanto, o melhor a se fazer é investir em fundos de índice que replicam o desempenho do mercado.
Dessa forma, seu patrimônio vai crescer no ritmo da economia e você não correrá o risco de ter um retorno abaixo da média E isso economiza tempo também.
Como construir uma carteira de investimentos?
Depois de ter finalizado toda sua argumentação sobre os benefícios dos fundos de índice quando comparados com a gestão passiva, o autor aborda outro tema.
Ele começa a dar algumas dicas sobre construção de um portfólio que seja eficiente e que respeite nosso perfil de risco.
Ele cita Benjamin Graham, autor de O Investidor Inteligente, quando este diz que a primeira decisão de investimento deveria como distribuir seus recursos.
Quanto ter em ações e títulos públicos? Essa decisão estratégica pode ser a mais importante da sua vida de investimentos.
Em linha com essa ideia, o autor nos recomenda a seguinte alocação:
Os investidores que estão na fase de construção de patrimônio devem se concentrar em um mix de ações/títulos de 80/20 para os mais jovens e 70/30 para os mais velhos.
Por outro lado, se você está na fase da aposentadoria, ele sugere 60/40 para os mais jovens e 50/50 para os mais velhos.
Contudo, lembre-se que os produtos da Bolsa de Valores, como as ações, são recomendados apenas para os investidores do perfil arrojado.
Além disso, perdas financeiras podem ocorrer e não há garantia de ganhos, mesmo que isso tenha ocorrido no passado.
Dessa forma, o investidor de bom senso respeitará sua capacidade e sua disposição de correr riscos.
Capacidade vs disposição de correr riscos
Existem dois fatores fundamentais que determinam como você deveria alocar sua carteira entre ações e títulos: sua capacidade e sua disposição de correr riscos.
Sua capacidade depende de uma combinação de fatores, inclusive de sua posição financeira, seus compromissos futuros e quantos anos você tem disponíveis para financiar esses compromissos.
Em geral, você é capaz de aceitar mais riscos se esses compromissos estiverem relativamente distantes no futuro.
De modo similar, conforme você acumula mais ativos em relação aos seus compromissos, sua capacidade de correr riscos aumenta.
Sua disposição, por outro lado, é pura questão de preferência.
Alguns investidores conseguem encarar os altos e baixos do mercado sem se preocupar.
Mas, se você não consegue dormir à noite porque está assustado com a volatilidade de sua carteira, provavelmente está correndo mais riscos do que consegue enfrentar.
Conjuntamente, sua capacidade de aceitar riscos e sua disposição de aceitá-los constituem sua tolerância aos riscos.
Tenha uma estratégia
Como orientação final sobre construção de uma carteira de investimentos, ele nos dá algumas dicas.
Primeiro, você precisa fazer uma escolha estratégica ao alocar seus ativos entre ações.
Investidores em situações diferentes, com necessidades e circunstâncias próprias, obviamente tomarão decisões diferentes.
Em segundo lugar, decida se você vai manter uma proporção fixa (entre ações e títulos) ou que vai variar com os retornos do mercado.
A proporção fixa é uma escolha prudente que limita os riscos e pode ser a melhor escolha para a maioria dos investidores.
A carteira que nunca é reequilibrada, porém, tende a dar retornos maiores no longo prazo. No mais, a falta de diversificação eleva o risco da sua carteira, mesmo que o ativo seja considerado seguro.
Conselhos ao investidor iniciante
Além de todo conhecimento sobre filosofia de investimento, dinâmica de mercado e alocação de recursos, John Bogle nos dá alguns conselhos extras.
Segundo ele, se quisermos investir mais, devemos buscar gastar menos e ganhar mais. Dessa forma, teremos mais dinheiro para aplicar e o efeito no nosso patrimônio será muito significativo.
Ele continua dizendo que devemos começar o mais cedo possível. Quanto mais demoramos, mais oportunidades deixamos passar e desperdiçamos um tempo valioso.
“Investir implica riscos, mas não investir nos condena ao fracasso financeiro.”
De acordo com o autor, não investir é um meio seguro de deixar de acumular a riqueza necessária para assegurar um futuro financeiro sólido.
Além disso, ele fala que devemos nos ater aos fundamentos e seguir com disciplina.
Você aprendeu que, no longo prazo, o retorno das nossas aplicações será o retorno das empresas que nós investimos.
Portanto, atenha-se aos fundamentos da empresa, não aos preços tão oscilantes do mercado.
Seja um Investidor de Bom Senso
Os conselhos do livro O Investidor de Bom Senso são valiosos, mas só servem se os colocarmos em prática.
Portanto, entenda sua realidade e o mercado e construa sua carteira de ativos baseado nessa compreensão.
Lembre-se que investir em fundos de índice é uma ótima forma de ter ótimos resultados correndo menos risco.
Avaliação: O Investidor de Bom Senso vale a pena?
Sem dúvidas, o livro O Investidor de Bom Senso vale a pena, principalmente porque ele apresenta uma estratégia de investimentos que é adequada à maioria das pessoas que não têm tempo de passar o dia estudando em busca de retornos maiores que o do mercado.
Desse modo, com a estratégia de gestão passiva apresentada na obra, nós poderemos alcançar nossos objetivos sem despender um esforço excessivo.
Portanto, nós recomendamos esse livro para que você possa conhecer todos os fundamentos dessa estratégia vencedora.
Nesse sentido, você pode comprar o livro no link a seguir:
Sobre a editora
A Editora Sextante é uma das principais editoras do Brasil, tendo publicado dezenas de títulos de grande relevância.
Além disso, os temas de suas obras são os mais variados, desde administração até arte.
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Escrito por Marcos Moraes Especialista em Investimentos
Marcos Vitor é consultor financeiro, economista (UFC), analista CNPI (APIMEC), especialista em investimentos (ANBIMA) e acredita no poder da educação financeira para transformar vidas.
- Consultor financeiro
- Economista (UFC)
- Analista CNPI (n° 3772)
- Especialista em Investimentos Anbima (CEA)
- Criptomoedas (NovaDAX)