Como funciona o Tesouro Direto? Aprenda a Investir nos Títulos Públicos!
Entender o que é e conhecer os tipos de títulos do Tesouro Direto é fundamental para o investidor iniciante. Leia o artigo e aprenda como fazer seu investimento!
Artigo escrito por Marcos Moraes em 19 de Setembro de 2023
O Tesouro Direto é um dos investimentos mais comuns do Brasil, principalmente na carteira de investidores iniciantes.
Isso porque, ele oferece títulos com baixo risco, alta liquidez e rentabilidade interessante. Mas, como funciona essa plataforma?
Nesse artigo, conheceremos mais sobre seu funcionamento e como podemos investir. Então, vamos nessa?
O que é Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional que possibilita a compra e a venda de títulos federais por Pessoas Físicas (PFs).
Além disso, o governo criou esse programa em parceria com a Bolsa de Valores e forneceu uma plataforma 100% online para que as pessoas pudessem negociar sem sair de casa.
O principal diferencial é que ele oferece várias opções de títulos, com diferentes prazos e rentabilidades, mas que são extremamente seguros.
Não só isso, mas o Tesouro Nacional garante a recompra de qualquer título a qualquer momento.
Assim, você não precisa necessariamente esperar até o vencimento para ter seu investimento de volta, podendo vender seu título para o próprio Tesouro antes do prazo.
Vale ressaltar também que “a qualquer momento” está restrito ao horário de negociação da plataforma, que acontece nos dias úteis, em horário comercial, das 9h30 às 18h.
Mas, afinal, o que é um título público?
O que são títulos públicos?
O governo emite um título de sua dívida com o objetivo de financiar seus gastos. Desse modo, quando você adquire um título público, passa a ser credor do Tesouro Nacional.
Contudo, essa negociação só faria sentido se beneficiasse ambos os lados.
Então, no caso do investidor, ele tem a garantia de que receberá o que investiu acrescido dos juros do período.
Por outro lado, o governo capta recursos no presente que serão gastos na expectativa de ter uma arrecadação maior no futuro (essa maior arrecadação é que possibilitará o governo pagar o que pegou emprestado mais os juros).
Sendo assim, com o objetivo de facilitar a captação de dinheiro e democratizar o acesso a esses ativos, o governo criou em 2002 o Tesouro Direto, programa que permite a negociação de títulos públicos por Pessoas Físicas
Antes disso, só era possível comprar títulos da dívida através de fundos de investimento que, por sua vez, adquiriam esses ativos dos grandes bancos.
Como investir no Tesouro Direto
No processo de como investir no Tesouro Direto, é possível fazer através da própria plataforma do programa ou através de uma corretora, como a Toro Investimentos.
No primeiro caso, é preciso solicitar que seu banco ou corretora crie um cadastro para você no site do Tesouro Direto e enviar os documentos solicitados, possibilitando, assim, que você aplique pelo site do TD.
Por outro lado, é possível investir pela própria corretora, que é o método mais fácil, pois ela te dará acesso a todos os títulos públicos de forma simples e segura.
Para isso, basta seguir os passos abaixo:
- Faça seu cadastro na corretora;
- Transfira o dinheiro;
- Encontre o título ideal para você; e
- Escolha quanto investir.
Mas, calma, sabemos que é preciso mais informações para você se sentir seguro para escolher em qual título você quer investir. Por isso, vamos explicar quais são os diferentes títulos federais.
Diferença entre cada um dos títulos do Tesouro
Os títulos do Tesouro Direto são classificados em prefixados, pós-fixados e mistos.
Um ativo tem seu rendimento prefixado quando você sabe de antemão exatamente qual será o seu rendimento durante todo o período.
Por outro lado, no rendimento pós-fixado, nós só sabemos em relação a que índice o ativo vai variar, mas não podemos prever como será a variação do índice no período.
Por fim, um título misto é aquele cuja rentabilidade é composta por um fator fixo e outro variável, uma mistura de prefixado com pós-fixado.
Nesse sentido, existem três tipos diferentes de títulos da dívida: um pós-fixado, dois prefixados e dois mistos.
Tipos de títulos do Tesouro Direto
Confira a seguir os diferentes tipos de títulos do Tesouro Direto que representam a classe prefixada:
- Tesouro Prefixado; e
- Tesouro Prefixado com juros semestrais.
A seguir, o título com retorno pós-fixado:
Por fim, os títulos com retorno misto:
- Tesouro IPCA+; e
- Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
Como funcionam cada um dos títulos do Tesouro
Tesouro Prefixado
Nesse título, você contratará uma taxa fixa, que não vai variar durante todo o período, então você já sabe quanto vai ganhar no vencimento.
Tesouro Selic
No Tesouro Selic, o rendimento vai variar de acordo com a taxa de juros da economia que é definida periodicamente pelo Copom.
Tesouro IPCA+
O retorno vai variar de acordo com a taxa oficial de inflação do país (que é calculada pelo IBGE e publicada mensalmente) e uma taxa prefixada.
Sim, esse título tem uma parte pré e outra pós que se somam para remunerar o investidor.
Título | Retorno | Taxa | Pagamento |
Tesouro Selic | Pós-fixado | Selic | No vencimento |
Tesouro Prefixado | Prefixado | Taxa fixa | No vencimento |
Tesouro Prefixado com juros semestrais | Prefixado | Taxa fixa | Semestralmente e no vencimento |
Tesouro IPCA+ | Pós-fixado | IPCA | No vencimento |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais | Pós-fixado | IPCA | Semestralmente e no vencimento |
Entretanto, você deve estar se perguntado: e esses títulos com juros semestrais?
É a mesma coisa do título normal, a diferença é que todo o rendimento do semestre será pago ao fim de um período de 6 meses ao investidor e será creditado como saldo na corretora de valores.
Se você quiser saber quais são as taxas do dia hoje que estão sendo negociadas nos títulos públicos, consulte o site do Tesouro Direto.
Pronto, agora chegou a hora de te ajudar a escolher um desses cinco títulos para a sua carteira!
Qual título do Tesouro Direto escolher?
A escolha dos títulos depende, em suma, do seu objetivo como investidor.
Dependendo da sua meta, é possível ter mais de um título diferente na sua carteira de investimentos.
Juros semestrais
São recomendados para quem já acumulou um patrimônio considerável, não tem interesse em rentabilizar o valor inicial aplicado e quer apenas receber os rendimentos periódicos para fazer uma viagem ou mesmo pagar as despesas do período.
Por outro lado, aqueles que desejam manter esse investimento por muito tempo, o melhor seria investir em títulos que não pagam juros semestrais, pois o efeito dos juros compostos ao longo do tempo será cada vez mais significativo.
Nesse momento, podemos passar para os títulos em que o valor inicial investido é pago no vencimento ou no resgate.
Tesouro prefixado
É recomendado para aquelas pessoas que acreditam que o Copom pode baixar a Selic nas próximas reuniões e para aqueles que querem fazer um planejamento mais minucioso e não querem correr o risco de o plano dar errado por uma variação na taxa de juros.
Tesouro Selic
Ideal para aquele investidor mais conservador que não quer correr o risco do mercado e quer sempre ter seu rendimento atrelado aos juros, independente se ele vai subir ou cair.
Tesouro IPCA+
Adequado para aqueles que querem se proteger da alta dos preços ao longo do tempo e aqueles que desejam deixar o dinheiro aplicado por mais tempo (esses títulos têm vencimentos mais longos).
Simulador do Tesouro Direto
Você pode fazer simulações com os títulos e no site do Tesouro Direto, mas também no Simulador de Investimentos da Mobills.
Nele, você pode inserir as informações da sua aplicação para que você tenha noção de quanto vai receber em determinado período.
Contudo, na própria plataforma do Tesouro há uma ferramenta de simulação que permite que você faça cálculos com os títulos com os preços atuais da plataforma.
Principais características dos títulos
Apesar de ser possível investir com pouco dinheiro, existe um limite: você não pode comprar menos de 1% do título e/ou o valor aplicado não pode ser menor que R$ 30,00.
Isso é importante de dizer, pois na hora que você for comprar, aparecerá a opção de comprar baseado na proporção de um título ou baseado num valor em reais. Em ambos os casos, o limite mínimo tem que ser respeitado.
Além disso, existe uma questão a considerar na hora do resgate do investimento.
Durante todo o período em que você estiver com o título, o valor aplicado vai ficar rendendo o que foi acordado, ou seja, se você segurar até o vencimento, vai receber todo o rendimento do período.
Contudo, durante esse mesmo período, o valor do título vai variar de acordo com a oferta e demanda dos investidores.
Isso quer dizer que se você resgatar o investimento antes do vencimento, o dinheiro que vai receber dependerá do preço do título no dia, ou seja, há a possibilidade de se ter prejuízo.
Por exemplo, se a taxa de um título prefixado for 4%, mas o mercado acreditar que essa taxa é muito baixa pelo risco tomado, provavelmente esse título será negociado por um valor menor do que o que você pagou para que a taxa seja ajustada de acordo com as expectativas do mercado.
Você deve estar com uma pulga atrás da orelha: risco? Há risco em emprestar dinheiro para o governo?
Risco dos títulos públicos
Os investimentos em títulos da dívida de um governo são os ativos mais seguros de se investir, pois em um país em crise, o último a quebrar é o próprio governo.
Além disso, o governo federal detém o monopólio da impressão de dinheiro, então ele pode simplesmente imprimir mais e te pagar.
Contudo, um país não pode contrair dívidas ilimitadamente.
Existe um limite sustentável para essa dívida. Inclusive, já ouve casos de calote por parte do Tesouro Nacional do Brasil e de outros países.
Portanto, apesar de ser mínimo, há sim um risco de calote ao se investir em títulos públicos.
Ademais, existe o risco de mercado, que é a possibilidade de seu título desvalorizar no mercado. Caso o investidor venda antes do vencimento, poderá ter prejuízo.
Imposto de Renda no Tesouro Direto
Como nem tudo são flores, você também precisará pagar imposto sobre seus ganhos.
Atente-se: o valor do imposto incidirá apenas sobre o rendimento. Mas, quanto você vai pagar?
Tempo com o título | Alíquota |
Até 180 dias | 22,5% |
De 180 a 360 dias | 20% |
De 360 a 720 dias | 17,5% |
A partir de 720 dias | 15% |
No caso dos títulos com juros semestrais, você vai pagar IR a cada distribuição dos rendimentos e no vencimento.
Além do Imposto de Renda, existe o Imposto sobre Operações Financeiras.
Se você resgatar seu investimento antes de 30 dias, você pagará também IOF, que vai variar de 96%, no primeiro dia, até 3%, no 29° dia.
Mas, não se preocupe, você não ter a obrigação de recolher o imposto, pois ele é retido na fonte.
Por fim, quero tratar dos custos possíveis desse investimento.
Custos do Tesouro Direto
Existem duas despesas principais: taxa de custódia cobrada pela B3 (nossa Bolsa) e pela própria corretora.
Neste caso, a maioria das corretoras não cobra para se investir no Tesouro Direto, mas há essa possibilidade.
Por outro lado, a B3 cobra semestralmente uma taxa equivalente a 0,25% ao ano. Mas, ela só cobra de quem tem um montante superior a 10.000 reais e apenas sobre o valor excedente.
Isso significa que se você tiver 12.000 reais aplicados em títulos da dívida, só vai pagar 5,00 reais ao ano referente ao valor de 2.000 reais.
Dúvidas frequentes sobre o assunto
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional que possibilita a compra e a venda de títulos federais por Pessoas Físicas (PFs).
Qual é a rentabilidade do Tesouro Direto?
Os títulos do Tesouro Direto são classificados em prefixados e pós-fixados.
Em um título que tem seu rendimento prefixado, você sabe no momento do investimento qual será o seu rendimento durante todo o período.
Já no pós-fixado, nós só sabemos em relação a que índice o ativo vai variar, Selic ou IPCA, mas não podemos prever como será a variação do índice no período.
Quanto rende R$ 1.000.000,00 no Tesouro Direto?
As taxas variam constantemente, então é impossível responder essa pergunta de modo atemporal.
Por isso, verifique e compare as taxas dos títulos antes de fazer seu investimento.
Qual é o valor mínimo para investir no Tesouro Direto?
O valor mínimo para investir no Tesouro Prefixado atualmente é de R$ 31,53; no Tesouro IPCA+ é R$ 58,81; e no Tesouro Selic, R$ 107,75.
Vale a pena investir no Tesouro Direto?
Os títulos federais são uma ótima opção de investimento, são seguros, rentáveis e fáceis de compreender.
Em momentos de crise, os títulos públicos dão tranquilidade ao investidor que sabe que suas aplicações nesses ativos irão garantir que sua carteira de investimentos não desvalorize muito.
Além disso, é excelente para o investidor iniciante que quer rentabilizar o capital sem correr riscos.
Então, considere essa opção de aplicação, veja qual título mais se adequa ao seu perfil e faça bons investimentos!
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Escrito por Marcos Moraes Especialista em Investimentos
Marcos Vitor é consultor financeiro, economista (UFC), analista CNPI (APIMEC), especialista em investimentos (ANBIMA) e acredita no poder da educação financeira para transformar vidas.
- Consultor financeiro
- Economista (UFC)
- Analista CNPI (n° 3772)
- Especialista em Investimentos Anbima (CEA)
- Criptomoedas (NovaDAX)