Nexus lançará Pix internacional com transferências entre mais de 60 países
A ideia é integrar todos os locais que já contam com algum sistema instantâneo de pagamento e transferência e diminuir custos.
Artigo escrito por Fabiana Camilo em 12 de Setembro de 2022
O Pix internacional pode deixar de ser um sonho e se tornar realidade em mais de 60 países. No Brasil ele já é uma das modalidades de pagamento mais utilizadas e é fácil entender o motivo de tanto interesse entre os viajantes. Além do processo ser ágil, reduz os custos do usuário.
Pelo menos esse é um dos desejos do Nexus, que está desenvolvendo dentro do hub de inovação do Bank Of International Settlements (BIS), considerado “o banco central dos bancos centrais”, com sede em Basiléia, na Suíça.
O objetivo é justamente integrar todos os países que já utilizam algum sistema instantâneo de pagamento e transferência, como o Pix a interagirem entre si.
Os primeiros países a testarem o sistema que está em fase de prova de conceito, com testes entre sistemas de pagamento são:
- Malásia, de Cingapura e
- Zona do Euro, por meio do Banco da Itália.
O Banco Central (BC) brasileiro nesta fase encontra-se como observador, porém com projetos em testes.
Principais vantagens da liberação do Pix Internacional
Usar o cartão de crédito internacional pode ser uma ótima opção em se tratando de comodidade, mas as taxas de câmbio são elevadíssimas, o que torna o uso oneroso para o cliente.
O Pix internacional facilitaria a transação do dinheiro, que hoje é um meio considerado custoso e pouco eficiente, além de criar novas possibilidades de negócios e comércios a partir da liberação desta transação.
A diretora executiva e líder de Estratégia para Pagamentos da Accenture na América Latina, Edlayne Burr, ressalta que os turistas teriam menos custos para converter a moeda, por exemplo.
A possibilidade de liberação do Pix internacional torna possível um brasileiro no exterior comprar itens como refeições, alimentação e até mesmo transporte, de maneira simples como é feito no Pix no Brasil.
Para Edlayne, a concorrência beneficia ambos os lados, pois a própria demanda pode se tornar cada vez mais internacional.
“Dessa forma, o varejista se beneficiaria ao estar apto a concorrer com empresas de outras localidades, o que estimula a competição, proporcionando bens cada vez mais diversos e baratos aos consumidores”, justifica.
Pix internacional do Brasil já tem projeto em desenvolvimento
O Brasil já está se preparando para a implementação mundial do Pix, através do Banco Central brasileiro, com projeto do Pix Internacional que está na fase de estudo de modelos.
Segundo Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro da entidade, o Brasil tem duas alternativas para seu desenvolvimento:
- A primeira seria com acordos bilaterais entre países e,
- A segunda, como é o caso do Nexus vem fazendo, com os arranjos multilaterais.
Sergio Biagini, sócio líder da Indústria de Serviços Financeiros da Deloitte ressalta que o trabalho para facilitar esse tipo de pagamento está sendo feito já há alguns anos pelo BC.
“A aprovação de um novo Marco Legal do Câmbio, no ano passado, simplificou as regras em vigor, é parte desse esforço”, ressalta
Brandt complementa dizendo que todos estão empenhados em transformar o Pix internacional em realidade.
“Há claramente um esforço internacional de melhorar os pagamentos transfronteiriços, porque hoje existe um processo de pagamento internacional que geralmente é custoso.”
Biagini ainda reforça que a estrutura do Pix é que vai gerar essa transformação do mercado e possibilitar o ambiente de transformação.
“E, quando falamos do Pix, ele é um meio tecnológico para ser um dos instrumentos possíveis de conexão para transferência internacional. Existe essa correlação direta entre os instrumentos,” ressalta.
Como deve funcionar o Pix Internacional
Segundo as informações prestadas pelos porta vozes, acredita-se que a estrutura deve se basear em dois pontos:
- O primeiro é a criação de um software chamado Nexus Gateway, ou Portal Nexus, que vai conectar a central para que sistemas de pagamentos instantâneos de todo o mundo possam ser “acoplados” e trocar informações entre si.
- O segundo ponto é o Nexus Scheme, ou Esquema Nexus, que ficará responsável por gerar as regras básicas que permitirão a comunicação entre os sistemas de diversos países sem muitas adaptações.
Entrentanto, antes de comemorar, Edlayne Burr, da Accenture, destaca que o desenvolvimento de ferramentas tão complexas tem muitas barreiras que precisam ser consideradas e segundo ela, as dificuldades tecnológicas.
Havendo necessidade de servidores com “ampla disponibilidade em escala global” e múltiplos sistemas envolvidos nas transações em diferentes moedas pode ser um fator complicador na implantação do Pix internacional.
Outros fatores que devem ser levados em consideração, além das barreiras físicas, são os fatores políticos, caso um país não queira estabelecer contato direto entre si e os econômicos, como a definição do valor de cada moeda.
“Caso o sistema de pagamentos unificado transforme uma moeda em outra instantaneamente, algo que não ocorre atualmente, podem existir complexidades adicionais no controle da inflação, por exemplo”, comentou Edlayne.
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Escrito por Fabiana Camilo Jornalista - Líder de Conteúdo e SEO
Líder de Conteúdo na Mobills; formada em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos e Turismo pelo Instituto Federal de São Paulo; Pós-Graduada em Marketing Digital. Possui experiência na área de marketing e criação de conteúdo com ênfase em crédito pessoal, viagens, inbound marketing, indicadores de marketing, mídias sociais, e análise de SEO.
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